Adeus, Umbabarauma!
Para aqueles que
estimam Umbabarauma (27 de Dezembro de 2009 - 07 de janeiro de 2013) e seu blog.
Eis que enterro o
defunto Umbabarauma
3 cotoveldas, 5 dedadas na cara, 2 facadas, 35 tiros. Para confirmar chequei a respiração
e ainda fiz meia hora de cócegas
Mijei em cima...falei com os legistas. Assinou como doador
de órgãos
Sangue, muito sangue. Óbito sacramentado
Enquanto eu o assassinava a sangue frio ele gagueja, era um
esforço corrosivo, uma cirurgia sem anestesia..deixa eu dizer minha ´”última
poesia!”
“Ah vida não merece em seu ultimo instante uma postura
reflexiva...”
Dei-lhe um chute na boca do estomago. Não quero seus versos!
Ele dizia palavras soltas, desses clichês que sempre estão em poesias.
“Flores...Pôr do sol...cachoeira...intensidade... girassóis(essas
interrupções porque a cada palavra eu lhe acertava um bicuda)
Eis que depois de tanta pancada e sangue, seu olhar de dor
alcançou serenidade, não sei se ele delirava, mas era algo muito real! Era como se a morte encapuzada com sua foice aparecesse
na frente dele. O olha de Umba mudou, eu
conheço esse olhar! Eu conhecia aquele olhar, era o olhar de apaixonado! Umbabarauma
se apaixonou pela dona morte, a partir disto tudo que fiz para atingi-lo era
respondido com sorrisos e olhares de amor.
“Eu te amo!! Eu te Amo!!! Cass eu te...(Dei outra bicuda)
amo”.
Ai ele já estava sem dente.
Acreditem ou não, seus dentes ao caírem viravam
dentes-de-leão.
Então nos abraçamos, era o último abraço. Chorávamos
e como chorávamos...emagrecemos alguns quilos de tanto chorar.
Doia, doeu doeu!!!!! Assumo, doeu! Doeu pra caralho! Tentei esconder
até agora...mas doeu! Doeu pra puta que pariu! Doeu pra buceta! Doue pra cu!! Mas
sabíamos muito bem que aquilo era o melhor de nós dois...
Umba me fez prometer que seria enterrado ao lado de
Cortázar, Fernando Pessoa, Virginia Wolf, Henri Miller ou Machado de Assis...pobrezinho,
se superestimava pra caralho. Não cumpri a promessa, o joguei no mar mesmo, foi
a única maneira que pensei em dar alguma poesia pra sua despedida e para o fim(?) de seus sonhos intranquilos, ao lado de Iemanjá
ou sendo comida de baleia. Em seu barco um verso dele “Quando vento é
encarregado de fechar a porta, ele quase sempre deixa porta aberta”. Não sei
pq, talvez pela esperança do que está por vir.
Também prometi uma banda, Jorge Ben e Zé Pretinho. O que
fiz, foi ligar o mp3 enquanto o barco se distanciava “Umbabarauma homem
goooooool”
Cabe a vida muitas roupas, muitas pessoas, metamorfoses,
transfigurações...e assim como cabe na alegria a dor...cabe na vida a morte.
São necessárias boas doses de morte pra viver a se superar...ir
além!
A família noticiou na imprensa que tem material para mais de
1 bilhão 900 bilhões 835 bilhões de obras póstumas. E, apesar de jurarem que
nenhuma dessas obras são de teor erótico, jornalistas que puderam bisbilhotar o
material do defunto por alguns instantes, alegaram ver diversas ilustrações de
órgãos eróticos nas anotações dos Cadernos de Umba, o que dá a entender que
existem textos pornográficos. Verdade ou não, são os mesmos jornalistas que vão
noticiar que a morte de Umbabarauma foi de overdose.
Adeus, amigo Umbabarauma e seus sonhos intranquilos no
centeio
"Como você pôde?!?!" - é o que passa na cabeça e vai para a ponta dos dedos.
ResponderExcluirVisitarei os restos mortais, trazendo flores murchas e as expectativas de longe e de sempre.
novamente te digo que a arte cria via propria. Que caminha com suas pernas alem do artista q a criou, construindo um destino soh seu: onde umbabarauma vai parar, nem voce sabe. Mas te garanto que de la ele ri de voce!
ResponderExcluirE uma coisa eu posso te dizer: ha a ultima postagem, e ha as ultimas...
Ps. Nao pare, psicografe umas passagens q a gnt q eh poeta enlouquece quando nao escreve. Um abraçao e confere o meu blog no link do meu perfil!
Renascendo, amigo...renascendo!!!
ResponderExcluirEterno Umba, pendurado entre os versos, seu tempo é outro. Sempre à frente. Nenhuma morte é em vão, nenhuma morte é em vão.
ResponderExcluir"Vocês culpam o pobre Umba, mas fariam o mesmo se fossem fracos e medíocre como ele!" disse o assassino acima de suspeitas à imprensa. Mal sabia ele que de tão fraco e medíocre e humano, Umbabarauma nunca morre! É aquele tipo de gente que fica dentro do nosso coração com uma faca nas paredes pedindo toda atenção do mundo!
ResponderExcluirSe o poeta morrer, quem vai desfalar do amor?
Umba atravessou o mar, porque sem Cássio saber, sabia nadar!!! E em sua própria onda, Umba o perseguiu durante séculos, a vingança em riste, pronta para atacar!
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