quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

inspire...expire...inspire...expire...


apesar de que...
eu aponto a arma
bem na minha têmpora aponto a arma

= (
inspira expira
inspira expira
= )

acompanho o ar
e percebo que não estou só, pois todos nós respiramos o mesmo ar
é o oxigênio no meu corpo, me ligando ao universo externo e a minha felicidade
mas...
logo percebo que minha única conexão com externo
nesse mundo desamado...é o ar
sou alma cheia de ar e solidão coletiva

= (
inspira, expira
inspira, expira
= )

sou um feliz inspirado pelo amor
embora...
eu a amava, mas não disse
perdi as palavras,
esqueci as dentro do pulmão ou do coração ou qualquer órgão antes da língua
Mas achava que era recíproco
e ela foi embora, se casou
e traiu o sujeito
...
mas não foi comigo
foi quando eu conclui que só era o terceiro

= (
inspira expira
inspira expira
= )

já fui astronauta e um feliz jogador de futebol
reconhecido no mundo, ídolo de gerações
não esquecendo...
nunca pisei na lua, só observei o americano a pisar
quebrei a perna e nunca mais voltei a jogar

= (
inspira expira
inspira expira
= )

fiz a coisa mais nobre
salvei uma vida
só que...
não puder ver o sorriso do sujeito
pois eu salvei a vida dele doando meu pulmão depois de terminar a primeira estrofe

inspire expire
inspire expire


Mesmo eu morto, meu pulmão continua pagando impostos para...inspirar...expirar...inspirar...expirar...

inspirar e expirar corretamente é um dos antídotos mais eficazes contra o estresse

3 comentários:

  1. Imagem linda!

    E ótimo poema. É tão sutil e significantes os "emoticons"... Além de tão bem colocado o "refrão".

    Talvez sem saber como representar, falar ou demonstrar... Quando paramos percebemos essa conexão com o externo, essa ligação...
    A miúdeza de ser =( e a grandeza de estar =)... E de =( / =) a gente vive, morre... E colabora com o ciclo (por mais que não queiramos)...

    Acho que é por isso que prefiro continuar nele... Quem sabe eu não colabore com mudanças nele?
    Com certeza mentes como a sua colaboram!

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  2. Jamais tentaria interpretar seus poemas, Caco. Não me atreveria...
    Mas os sinto! AH! Sinto demais :)
    e esse sentimento é sublime.

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  3. Às vezes inspirar e expirar doem tanto...

    Sentir que vivo dói demais.

    Sou masoquista.

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