terça-feira, 10 de janeiro de 2012

no espaço vazio


No espaço vazio...
No espaço vazio...

E remendos e pontos
Do corpo que saiu
Do parto ao som de vinil
De alma lavada
De cor preta, rosa e amarelada
Pela higiene assasina
mãe de "crackeiros", "escravos" e "nazistas".
Empinadores de pipa
Não sabem voar.
Mas sabem chegar lá

No espaço vazio
No espaço vazio
No espaço vazio

Onde os micróbios nos comem
Cachorros latem de fome
Crianças comem caquinha
Adultos cheiram farinha
E os amores morrem
Os amores morrem...

No espaço vazio
no espaço vazio
no espaço vazio

Na latinha amassada
Lucros e facadas
Crédito e venda de órgãos
No dente clareado
No cabelo comprado
No ideal que faliu

No espaço vazio
No espaço vazio
No espaço vazio...

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